A “FEBRE” DAS FOTONOVELAS NOS ANOS 70

Luciano Francioli ator que interpretava o Detetive Jacques Douglas 22Fotonovelas são novelas em quadrinhos que utilizam, no lugar dos desenhos, fotografias, de forma a contar, sequencialmente, uma história

No Brasil, as fotonovelas tiveram um mercado cativo por mais de 25 anos, entre os anos 1950 e 70, representando a idéia de uma imprensa popular feminina, com milhões de leitores de histórias publicadas em revistas com grande circulação nacional

A primeira revista de fotonovela publicada no Brasil foi “Encanto”, pois embora “Grande Hotel” circulasse desde 1947, só em seu nº 210, de 31/07/1951, publicou a primeira fotonovela, intitulada “O primeiro amor não morre” O primeiro número de “Capricho” circulou em 17/07/1952

Nos anos 1970, mais de 20 revistas de fotonovelas chegaram a circular no Brasil, publicadas por várias editoras: Bloch, Vecchi, Rio Gráfica, Abril e Prelúdio, sendo que, na época, ao contrário das demais editoras que importavam as fotonovelas da Itália, a Bloch produzia suas fotonovelas no Brasil, com a revista “Sétimo Céu”

Em pesquisa de 1974, as revistas de fotonovela só eram superadas, em venda, pelas revistas de quadrinhos infantis A revista “Capricho”, da Editora Abril, era na época a mais vendida (média quinzenal de 211 400 exemplares), perdendo apenas para “Pato Donald”, “Mickey” e “Tio Patinhas” (cada uma com uma média periódica aproximada de 400 mil exemplares)

Em 1975, o Instituto Verificador de Circulação analisou a receptividade que as revistas de fotonovelas tinham em todo o país, na venda avulsa A revista “Capricho” vendia quinzenalmente 273 050 exemplares, sendo que possuía, em todo o país, apenas três assinaturas

Com fotonovelas italianas, “Capricho” também vendia em Portugal e colônias ultramarinas, num total de 11 186, com apenas um assinante, anônimo Super Novelas Capricho, com circulação quinzenal, vendia 104 903 exemplares, com apenas dois assinantes no Brasil, “Ilusão” vendia quinzenalmente 108 319 exemplares, e “Noturno”, com venda mensal de 72 007

FRANCO GASPARRI

O ator mais famoso de fotonovelas na época era conhecido como Franco Gasparri, nome real, Gianfranco Gasparri nascido em Senigalia, Itália, em 31/10/1948 Filho de Violetta Pernini e Rodolfo Gasparri (não era o verdadeiro pai de Franco, o pai de Franco gasparri o abandonou quando criança) pintor, desenhista, cartunista de grande talento e responsável por muitos cartazes de filmes famosos da década de 50 Daí, talvez a paixão de Franco pelo cinema

Tinha um irmão: Franco Júnior Praticava pesca subaquática, equitação e futebol Casou-se com Stella e assumiu sua filha Anbra com todo amor Tiveram mais duas filhas: Stellina e Luna A vida de homem rico, lindo, famoso, esportista, saudável e talentoso, foi brutalmente interrompida em 04/06/1980 em um acidente de moto Franco tinha 31 anos (completaria 32 em outubro) Em uma entrevista sobre o acidente ele conta que acordou no hospital após um mês entre a vida e a morte

Ficou quase um ano no hospital Seu desespero foi tamanho que pensou em morrer, teve depressão profunda e só se reanimou por causa do carinho da mulher, da família e dos fãs de todo o mundo que lhe enviavam milhares de cartas de encorajamento Em 1985 voltou a trabalhar na LANCIO mas só respondendo a cartas de fãs

Não ficou muito tempo Segundo o relato do irmão, Franco não se tornou um homem triste, ao contrário, tentou viver a vida da melhor forma apesar de todos os reveses por que passou Mesmo em cadeira de rodas, procurava ir ao estádio ver os jogos da Lazio, participar com amigos de pescarias em Senigaglia, sua terra natal, onde ficava 3 meses por ano

Seu irmão largou tudo para cuidar de Franco O pai faleceu um ano após do acidente, depois Stella, a esposa, adoeceu e também morreu, em 1994 Em março de 1999 foi a vez dele próprio, vítima de insuficiencia respiratoria Sua saúde ficou muito debilitada pela paralisia Com os anos ele ganhou peso, perdeu todo o cabelo, ficou inchado pela medicação

CLÁUDIA RIVELLI

A atriz Claudia Rivelli nasceu em Roma no dia 16 de junho 1950 Claudia é irmã de Francesca Rivelli, também foi atriz da Lancio por alguns anos, mas tornou-se famosa no cinema com o nome de Ornella Muti Claudia recusou diversas propostas de cinema, inclusive o filme que lançou sua irmã “La moglie più bella” cujo papel era, na verdade, destinado a Claudia, e que levou Ornella a tornar-se uma estrela internacionalmente famosa

Claudia, na primeira metade da década de 70, mudou-se para a Espanha (para estar ao lado da irmã e da mãe) e lá conheceu seu primeiro marido, um produtor espanhol com quem se casou em janeiro de 74 Ela teve um segundo casamento com Paolo Leone, um dos três filhos do ex-Presidente da República da Itália, Geovanni Leone

Permanece casada com Paolo com quem tem dois filhos: Luca Maria e Giovanni Cláudia interpretou um total de 437 fotonovelas, sendo protagonista em 391 e em apenas 46 não foi a atriz principal

Ela atuou nas fotonovelas até 1983

MICHELA ROC

Michela, de naturalidade italiana (1941), é filha de pintor e dona de casa Passou a fazer fotonovelas em 1961 Casou-se com o advogado Edoardo d`Elia e tiveram um filho Faleceu em 29 de abril 2013

ATORES BRASILEIROS DE FOTONOVELAS

Rose di Angelis, Marie Luise Indrik, Elisângela, Vandean Pereira

ATORES ITALIANOS DE FOTONOVELAS

Franco Gasparri, Franco Dani, Franco Andrei, Michella Roc, Rosana Galli, Katiuscia, Marina Coffa, Sandro Moretti, Jean Mary, Carletto, Claudia Rivelli, Adriana Rame, Claudio De Renzi, Gianni, Vannicola, Alex Damiani, Sebastiano Somma(Chris Olsen), Alessandro Inches, Franco Califano, Ornella Pacelli, Maurizio Vecchi, Gioia Scola, Barbara De Rossi, Francesca Dellera, Luc Merenda, Kirk Morris, Ivan Rassimov, Renato Cestiè, Pascal Persiano, Maura Magi, Luciano Francioli, Claudio Aliotti, Marina Santi, Gianfranco de Angeli, Francesca Rivelli (Ornella Muti), Massimo Ciavarro, Antonio Migliacci, Emanuela Sala, Paola Pitti, Isabela Savonna, Maria Antonietta, Susie Sudlow, Isabela Ferrari, Simona Pelei, Max Delys, Anna Zoli, Raika Júri, Ricardo Bona

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